quinta-feira, 6 de maio de 2010

O desenho

Ontem, 04 de Maio, escrevi no mural do face:

Em cada dia há coisas comuns dos outros dias...
O comum desses dias é, contudo, sempre diferente.
O incomum de alguns dias é surpreendente...
Hoje recebi um desenho, lindo, tal qual o ar inocente 
Do menino que mo ofereceu, timidamente!

Queria ter postado, no blog, mas não pude; assim decidi assinalar  um dos momentos desse dia com este pequeno texto poético. Sempre que vier ao blog, evocarei o momento e as circunstâncias que proporcionaram esta oferta; sobretudo o menino, de corpo franzinho, de sorriso fácil, quando não há sombras no seu horizonte, de semblante carregado quando transporta os seus medos, intraduzíveis, muito pouco palpáveis, invisíveis até a olhos menos atentos. E como andamos distraídos!
Não é preciso compreender tudo, mas é preciso agir, não reagir, mesmo que verifiquemos que afinal não era esse o caminho. Mas algum percurso foi feito, permitindo uma reflexão que ajudará à passagem para outros patamares de actuação. O desenho, em papel próprio, prometido aquando de uma das nossas conversas, carrega uma forma de agir, a de olhar o outro, ainda que se tate de um menino de 10 anos, com um respeito enorme, procurando descobrir o que está por detrás de uma problemática, seja ela de que natureza for. Por isso não podemos andar distraídos quando se trata de crianças e jovens. Por isso não devemos depositá-los em mãos alheias. Ouvindo, sempre se chegará a algum lado. Impondo, sem negociação (o que implica um diálogo sem marcação temporal), chegaremos a encruzilhadas. Talvez consigamos sair delas através de uma rotunda, entretanto feita! Não quero esperar por uma rotunda, O JP não me perdoaria!

1 comentário:

  1. A aprendizagem também se faz pela imitação e a capacidade de observação dos miúdos é notável. Somos inspeccionados em permanência. O escrutínio é total sob a capa de divertimento ou de confidência longe do nosso olhar. Há que estar atento... porque eles estão sempre…

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