domingo, 5 de junho de 2011

Princesa em reino de silêncio


 Lembro-me de um ribeirinho
correndo, de mansinho,
entre silvado apertado
em túnel, encaminhado…

Águas límpidas…
Cheiros puros
de roupas lavadas
em pedras naturais e
margens feitas estendais.

Criança diligente,
acompanhava estes rituais.
Era então a vida
em meios, assim, naturais.
                                                              
Via neste cenário,
já um mundo imaginário…
Talvez uma princesa…
Em sua humildade,
apenas apanhava beleza
nesse ambiente, de simplicidade.

Seria então bem feliz!
O sorriso brotaria
de lábios carnudos
e sentimentos puros.

Hoje tenho bem cravadas 
estas lembranças
na memória do meu ser…

Evoco-as, sem dor.
Escrevo-as, com labor.

Exprimo alguns sentidos…
Mais visuais
que auditivos…

O silêncio era o reino.
O som da água, andando,
devagarinho…
As pessoas, cantarolando,
baixinho…
Meros súbditos…
Deste reino…

OF  11-02-2011

2 comentários:

  1. ines f. ou pimenta(alborada)07 junho, 2011

    Muito simbólico este reino tao manso e tao calmo..tao diferente deste mundo tao agreste e inóspito que muitas vezes me faz fujir às minha quatro paredes tranquilas...ser súbdito,ser seguidor do silencio ,da paz de espirito..que se transpira quando nos aproximamos ao Portate-mal...que te faz bem..mas respirando as essencias de cada vocábulo brindado com o coraçao...lindo EU!!
    Dizer também que a tua dedicatoria no livro me deixou emocionadissima e orgulhosa de ti,de mim..da poesia..de quem te segue e vem até cá..das palavras,dos sorrisos..e dessa disponibilidade(ainda sem tempo)..que fazes como ofrenda de vida!!!E é tanto que obrigado ..é pouco!!!A foto do meu perfil te a dedico a ti!!!beijinho grande..ines

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  2. Inês: por vezes escrevo sobre algo que me está marcado numa infância em que o que mais fazia era imaginar, sonhar, fazer de conta...Este ribeirinho existiu (a foto é de outro que ainda permanece). Tudo tão bucólico e como havia pouco, inventava-se o muito que preenchia a alma.
    O meu Portate-mal foi (é) apenas desafio, no próprio vocábulo e no meu EU...
    Sabia que irias gostar da dedicatória (queria ter tirado uma cópia, mas nem tive tempo - quando tiveres um tempo, envias-ma por mail);
    Já vi a tua foto de perfil com o meu livro encostada quase ao teu rosto - fico honrada...
    Uma vez mais, OBRIGADA, bjos, Inês

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