quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Para lá das nuvens

Um mar branco acinzentado,
divisória ilusória.
Raios de sol após incêndio apagado
projetam um cenário lunar.

É assim entre dois céus.
O que está mais perto do sol
e o que avisto do mar
quando deitada
em areia esbranquiçada,
o mágico amigo
me leva a pairar…
Imagino castelos envoltos em véus
a esvoaçar…

Numa dança feérica
em que apenas o ventre
proeminente,
arranca dos olhos gulosos
do meu senhor
o desejo de o beijar.

Agarrado a uma ponta
volteio-o…
Brinco ao faz-de-conta,
fujo, vem atrás!
Icebergues de nuvens
amovíveis
como cenários teatrais,
ancestrais
de um tempo que não conheço
cujo segredo
não quero desvendar.

Chega-me o eco
(Princesa, onde estás?).
Resvalo para o vale
atapetado de algodão macio.

Abeiras-te…
És o anjo apetecido
e como deusa no Olimpo,
perco-me no teu sorriso.

2 comentários:

  1. É tão giro reler poemas teus e ouvir-te a declamá-los lá no "nosso" (porque dos 3) Flor!
    Tenho saudades tuas, querida amiga.
    Este poema fez-me sorrir muito!
    Beijos, ó deusa do Olimpo! (também já me chamaram deusa:))

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  2. Sabes que deve ser dos poucos poemas "inspirados" por cenários reais? De regresso de férias, o avião sobrevoava como que por cima de uma almofada de nuvens. Nunca tinha visto (pena não se poder tirar fotos!). Saiu este poema...
    Bjos, querida, com saudades, sim!
    (Acho que nunca me chamaram deusa :) )

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