domingo, 13 de dezembro de 2015

Surrealidades

Obra de Leonid Afremov

Um espaço. Indefinido.
Uma cama. Ao acaso.
Ela, enrolada. Talvez nua.
Ele, aperaltado.
Como no dia do seu nascimento.
Um outro. Que a ela lhe era querido,
cúmplice do momento
aplainando terreno movediço.
Uma outra. Entrando no espaço interdito,
deixava peças de roupa nas molas de plástico,
Desajeitada. Pertinaz no acontecimento.
Um filme a ser rodado,
já nas cenas finais.
Encontros de para sempre.
Cumpria-se o destino.
E ela? Continuava deitada,
espantada de sua fortuna.
E veio ainda uma outra,
amiga de longa data,
dizer de sua justiça.
Tudo estado de graça.
Era a mudança da casa.
E ele? Apenas amava
a rainha do seu jogo preferido,
enquanto se calçava para fazer caminho…

Surrealidades.
Pegadas decalcadas no sonho.
Ténue a linha.
Sonhos. Realidades.
Desejos im-prováveis…

OF – 02-10-15 

17 comentários:

  1. Belo este casamento por mútuo acordo
    um caminho quase perfeito
    no outro lado do cais

    ResponderEliminar
  2. Gostei. A própria vida é assim. Surreal.
    Um abraço e uma boa semana

    ResponderEliminar
  3. A linha entre o surreal e o irreal é por vezes bastante ténue.
    Mais um excelente poema, talvez diferente do que já li, mas igualmente muito bom.
    Odete, tem um bom fim de semana.
    Beijo.

    ResponderEliminar
  4. Gostei do quadro.

    O surrealismo da Vida, esse ...existe, sim

    Querida amiga, abraço grande e boa semana :)

    ResponderEliminar
  5. ~~~
    ~ Desejo...

    ~ Quimeras...

    ~ Realidades...

    ~ Surrealidades...

    ~ Cenas de uma vida vulgar...

    ~ Um poema brilhante pela ironia contida...

    ~~~ Beijinhos, Odete. ~~~
    ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

    ResponderEliminar
  6. Gostei deste belo poema e a vida é mesmo assim surreal.
    Um abraço e continuação de uma boa semana.

    ResponderEliminar
  7. Magnífico este "filme" surreal, mas tão do dia a dia...!
    Um beijo.

    ResponderEliminar
  8. Odete, um filme de ricas imagens, de tropeços, de linhas que se cruzam para formar o surreal tão belamente cantado por você. Gostei muito, como sempre.

    Aproveito para lhe desejar um iluminado Natal, ao lado dos que lhe são queridos. E um 2016 capaz de abrir as portas da paz, da esperança, de novos sonhos. Grande beijo!

    ResponderEliminar
  9. O cenário de um plateau, com vários "takes", num filme em que o realizador parece não ter decidido ainda o verdadeiro final.
    Uma leitura um pouco surpreendente, entre essa linha tão curta entre sonho e realidade, entre realidade e ficção.
    Gostei muito, Odete.
    xx

    ResponderEliminar
  10. Roteiro para uma produção surreal, sem ficar pela vulgaridade.


    Beijo
    SOL

    ResponderEliminar
  11. Excelente poema....
    Votos de Boas Festas....
    Cumprimentos

    ResponderEliminar
  12. Belas cenas que viajam no percurso
    surreal da vida...
    Sempre um prazer ler-te, querida amiga!
    Passando para desejar um feliz natal em família
    com harmonia, paz e amor!
    Bjos e abraço de paz.

    ResponderEliminar
  13. Gostei imenso de reler o teu excelente poema.
    Odete, minha querida amiga, tem um bom fim de semana.
    E um NATAL MUITO FELIZ, extensivo aos que te são mais queridos.
    Beijo.

    ResponderEliminar
  14. Também aqui ao seu espaço, venho desejar-lhe um Santo Natal, com tranquilidade e paz...

    Um beijinho amigo

    ResponderEliminar
  15. Surreal, só a foto de família, a realidade é a que se vislumbra nas entrelinhas, muito bem cerzidas...
    Inspirada, Odete!

    Um beijinho :)

    ResponderEliminar
  16. Boa tarde, Odete, que texto maravilhoso, nos dá muitas possibilidades de leitura. A surrealidade fazendo parte do dia a dia de nossas vidas.O surreal é mais real que nos parece. Amiga, desejo a você um Natal repleto de amor e de Jesus! Grande abraço!

    ResponderEliminar